O GRANDE DIA DA BATALHA variações sobre o ALBERGUE NOCTURNO de Máximo Gorki Com Vânia Rodrigues, Paula Mora, Rúben Gomes, Hugo Tourita, Figueira Cid, André Loubet, Gonçalo Carvalho, José Neves, Simon Frankel, Ricardo Aibéo, Inês Pereira, João Pedro Mamede, Pedro Baptista, Tiago Matias, Gonçalo Egito, João Estima, Diana Narciso, Rita Delgado, Miguel Galamba e Sara Inês Gigante, Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Som André Pires Apoio Musical Rui Rebelo Luz Pedro Domingos Assistência de Encenação Nuno Gonçalo Rodrigues e Isabel Muñoz Cardoso, Encenação Jorge Silva Melo Uma produção Artistas Unidos Coprodução TNDMII A classificar pela CCE
No Teatro Nacional D. Maria II de 18 de Janeiro a 25 de Fevereiro de 2018
São "os tristes, os vis, os oprimidos", escreveu Gomes Leal quando ouvia "os passos da Canalha" anunciando "O grande dia da Batalha". E que foi feito deles, abandonados pela industrialização, abandonados pela pós-industrialização, morrendo de drogas como outrora de tuberculose? Usámo-los para comprar a boa consciência dos nossos salões burgueeses? E agora espantamo-nos ao vê-lo engrossar, como na Alemanha de 1933, as milícias de miseráveis que querem "restaurar a ordem", voltar atrás? "Pois foi, diz JSM, enxertei a minha perplexidade neste texto maior de Gorki, o que em 1901, assim abriu as cenas ao mundo colectivo, o que inventou o plano geral no teatro, o que fez soprar sobre os miseráveis um vento cálido de Primavera."
Luca Todos somos precisos para se fazer um mundo.
Jorge Silva Melo, O Grande Dia da Batalha
No Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) 2 e 3 de Março de 2012
No Teatro Nacional D. Maria (Sala Garrett) de 15 de Março 22 de Abril de 2012
Danton Sabemos tão pouco um do outro. Somos elefantes de pele grossa, estendemos as mãos, mas é uma perca de tempo, roçamos só o nossos couros um contra o outro - estamos muito sós.
Georg Büchner, A Morte de Danton
Pretender fazer A Morte de Danton, o enigmático texto de Georg Büchner é desejo profundo de quem começou a dirigir espectáculos nos velhos anos 70 daquele outro século, sanguinário também. Porque é na Morte de Danton que se lançam todas as questões do teatro que depois nos viria a interessar, é nela que a herança de Shakespeare é ultrapassada e o seu sopro histórico absorvido. Peça desequilibrada, insólita, premonitória, desarrumada, desalinhada - em que às cenas de multidão se sucedem as insónias mais íntimas, em que a História é vista como um pesadelo nocturno, peça de um negro pessimismo, é a peça sangrenta de um rapaz fixando a morte. E a mim sempre me interessaram os escritos de juventude. Do jovem Brecht à jovem Sarah Kane, do jovem Harrower ao jovem Fosse ou ao José Maria Vieira Mendes - tenho-me encontrado sistematicamente entre aqueles que afinam ainda a voz, que ainda não encontraram o equilíbrio formal, que ainda sangram. E A Morte de Danton é esse texto: as convulsões da História vistas por um rapaz perplexo, aflito, inseguro, perante a morte.
Jorge Silva Melo
A peça segue o destino de George Danton, poderoso orador e líder das forças antimonárquicas pós-revolucionárias, que se volta contra o poder exercido pelos seus correligionários (nomeadamente Robespierre) e tenta parar as medidas que trazem tanto sofrimento ao povo. Robespierre manda prendê-lo e usa o Tribunal para condenar Danton e toda a oposição à morte, consolidar o seu poder e chacinar inúmeros milhares de homens, mulheres e crianças. Mas, “em vez de um drama, em vez de uma acção que se desenrola, se intensifica e enfraquece, A Morte de Danton segue os últimos sobressaltos e os últimos estertores que precedem a morte”, escreveu Karl Kutzov, mal leu o texto que Büchner, lhe enviou. O sofrimento e a morte ocupam um lugar preponderante no drama: a morte seria uma “doença que faz perder a memória” , ela é “a encantadora senhora Putrefacção” “o grande manto sob o qual todos os corações deixam de bater e todos os olhos se fecham”; uma realidade obcecante, que as pessoas desafiam e temem. Sofrer é um pensamento insuportável: “Não receio a morte, mas a dor, ela é o único pecado, e o sofrimento é o único vício”.
Jean-Louis Besson, Le thèâtre de Georg Büchner
Büchner, apaixonadamente humano, politicamente rebelde, manifestando-se com impaciência, queria claramente que a forma da sua peça se ajustasse às suas visões radicais das personagens, da política e da história. A Morte de Danton é a primeira peça a começar depois do seu clímax. O destino do protagonista já está mais que decidido antes de a peça começar. A peça poderia igualmente chamar-se Danton a Morrer. A peça ainda nem tem um minuto e já nós estamos completamente imersos nela. Ao longo da peça, cenas longas e curtas, activas e introspectivas quase se atropelam umas às outras. A ideia da fusão de cenas através de mudanças de luzes, algo muito familiar ao teatro de hoje - e, claro, ao cinema - era rudimentar num teatro que ainda não tinha, nem tinha sequer concebido, a iluminação eléctrica.
Stanley Kauffmann, Büchner: A Revelation
![]() |
ARTISTA DO MÊS - PEDRO CHORÃO |
![]() |
OS ALIENS de 23 de Janeiro a 2 de Março |
![]() |
BALLYTURK de 27 Março a 4 Maio |
![]() |
GEMINIS - The search of Symmetry de 6 a 9 de Março |
![]() |
PURIFICADOS de 8 a 18 de Maio |
CORPO FUTURO de 23 a 25 de Maio |
|
ÀS CLARAS um seminário dos Artistas Unidos 2019 Janeiro / Fevereiro e Maio / Julho |
3ª a Sáb. das 17h00 até ao final do espectáculo
Preços:
Normal | 10 Euros
Descontos | estudantes | – 30 | + 65 | Grupos >10 | Protocolos | Profissionais do espectáculo | Dia do espectador (3ª) - 6 Euros
No Teatro da Politécnica, Reservas | 961960281, 212473972, www.bol.pt, Fnac, Worten, CTT, El Corte Inglês, Pousadas da Juventude, Serveasy, Pagaqui. Para INFORMAÇÕES/RESERVAS: Ligue 1820 (24 horas).
DO ALTO DA PONTE Em Viana do Castelo, no Teatro Municipal Sá de Miranda a 15 de Março |
|
![]() |
A VOZ DOS POETAS Biblioteca da Imprensa Nacional (Rua da Escola Politécnica) 18 de Março – Bernardim Ribeiro por Jorge Silva Melo |
![]() |
EM VOZ ALTA os nossos poetas leituras de poesia portuguesa pelos Artistas Unidos |