O EXAGERO COMO A MEDIDA JUSTA E NECESSÁRIA
Moralista paradóxico, Rodrigo García volta às origens do ritual do teatro - o seu papel, o seu impacto, o que está aí em jogo - activando todos os sentidos do espectador, no transcorrer de uma experiência ora íntima ora pública. Este teatro espera, em todos os sentidos da palavra, uma reacção: sensitiva e intelectual, intempestiva, dubitativa. Poderíamos pensar que exagera quando nos mostra em detalhe quando cavamos as nossas próprias covas, cegamente. Mas será que é ele que exagera? Quando em realidade se empenha em que o seu teatro seja o olho do ciclone, um espaço efémero, depositório de ruído e da fúria das nossas sociedades domésticas e guerreiras. Aqui, o exagero é a condição para medir o estado das coisas.
Rodrigo García trabalha em função da cristalização dos “lugares comuns”, procura o contacto com os nossos demónios e demais mitologias contemporâneas. Nas suas fábulas, mostra como a publicidade se infiltrou em todos os lugares da nossa existência, substituindo-se à política. Arma e desarma tudo o que cremos conhecer mas que, no entanto, não queremos ver: a nossa implicação pessoal crescente neste sistema. Por isso é-lhe colocada a etiqueta de “provocador”. Mas não seria tal sentimento de provocação o sinal de que o seu trabalho desperta a nossa capacidade de ser espectadores ainda vivos, capazes de maravilhar-nos, de exercer o nosso juízo, de indignarmo-nos? O jogo insolente de teatro contra a seriedade mórbida das máscaras sociais. Rodrigo García avança sobre o campo minado do mundo, imita-o, mete-o à prova, como uma espécie de jogo, exaspera-o até fazê-lo cair dentro do teatro."
De tal salpicar perigoso surge uma arte frágil e inquieta, de reflexão e de combate. Recusando a política da avestruz, convida-nos a não perder a esperança dos encantos da representação. Como prova de futuras sublevações alegres e emancipadoras.
Desde há uns anos, sabe enfrentar o êxito e as sirenes da fama mercantil. Irredutível à moda que o rodeia e o elogia para melhor denegri-lo depois de ter passado a onda, soube travar a espiral da produção exponencial e privilegiar a artesania de um processo de criação cada vez mais profundo.
PHILIPPE MACASDAR
Director do Théâtre de Saint-Gervais de Genebra
A MÁQUINA HAMLET de 15 de Janeiro a 22 de Fevereiro |
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ÁJAX POR EXEMPLO a 18 de Janeiro |
3ª a Sáb. das 17h00 até ao final do espectáculo
Preços:
Normal | 10 Euros
Descontos | estudantes | – 30 | + 65 | Grupos >10 | Protocolos | Profissionais do espectáculo | Dia do espectador (3ª) - 6 Euros
No Teatro da Politécnica, Reservas | 961960281, 212473972, www.bol.pt, Fnac, Worten, CTT, El Corte Inglês, Pousadas da Juventude, Serveasy, Pagaqui. Para INFORMAÇÕES/RESERVAS: Ligue 1820 (24 horas).
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VIDAS ÍNTIMAS Na Póvoa de Varzim, no Cine-Teatro Garrett a 4 de Janeiro de 2020 Em Setúbal, no Fórum Municipal Luísa Todi a 11 de Janeiro de 2020 Em Santarém, no Teatro Municipal Sá da Bandeira a 18 de Janeiro de 2020 Em Braga, no Theatro Circo a 24 de Janeiro de 2020 Em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva a 6 de Fevereiro de 2020 Em Coimbra, no Convento S. Francisco a 8 de Fevereiro de 2020 Em Viana do Castelo, no Teatro Sá de Miranda a 15 de Fevereiro de 2020 Em Viseu, no Teatro Viriato a 21 e 22 de Fevereiro de 2020 No Teatro-Cine de Torres Vedras a 28 de Fevereiro de 2020 Em Torres Novas, no Teatro Virgínia a 29 de Fevereiro de 2020 No CCB – Centro Cultural de Belém de 4 a 9 de Março de 2020 |
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NESTES ÚLTIMOS TEMPOS de Jorge Gonçalves Em Aveiro, no Teatro Aveirense de 6 de Dezembro de 2019 a 4 de Janeiro de 2020 Em Setúbal, no Teatro Muncipal Luísa Todi de 1 de Fevereiro a 1 de Março de 2020 |