De janeiro de 2017 a janeiro de 2018 nos primeiros domingos de cada mês, às 15h30, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva exibe os filmes produzidos pelos Artistas Unidos sobre artistas plásticos.
Onze filmes sobre artistas produzidos pelos Artistas Unidos, um retrato sensível das artes em Portugal na segunda metade do século XX
“Sim, tentei fazer retratos” , diz Jorge Silva Melo.
ALGUNS ROSTOS, ALGUNS GESTOS
Tenho esta certeza: não foi cinzento, foi vibrante o que foi acontecendo, o que, mesmo que timidamente, foi sendo inventado a partir daqueles sufocantes anos 50 deste Portugal ainda com uma ditadura que não mais caia. No silêncio dos seus ateliers – ou só quartos -, à margem ou de costas voltadas para as escolas oficiais que quase todos renegaram ou frequentaram com o tédio sumptuoso da juventude, desenharam-se percursos singulares, obstinados, consistentes, ousados, abertos ao mundo – e que hoje ainda se movem, intransigentes, firmes. Sim, nas artes o mundo abria-se. Seria pobre, pequeno, estreito, nem nos anos 50 nem em meados dos 60 havia “mercado”. E, no entanto, é deles que veio o meu mundo, deram-me a visão. Filmar estes artistas, o Nikias Skapinakis, a Ana Vieira, o Bartolomeu Cid dos Santos, o Ângelo Sousa, o António Sena, o Joaquim Bravo, o Álvaro Lapa, o José de Guimarães, o Fernando Lemos, tão diferentes todos, tão singulares todos, cada qual tão único, foi filmar obras diferentes, pessoas únicas (e quase todas reservadas) fazer filmes diferentes, ouvir (filmar é ouvir) diferentes músicas, ousar fazer retratos daqueles que tanto se esquivam. E vê-los quando tanto começou, quando começou a Gravura, essa cooperativa. Esta é também a minha história, também foram estes artistas que me fizeram. E eu queria contar isso, contar o que eles me contaram. E continuar a filmar. Olhem, a Sofia Areal. Ah, como eu gosto de a ver inventar o mundo, como gosto de a ver pintar.
JSM
8 de Janeiro de 2017
SOFIA AREAL: Um gabinete anti-dor de Jorge Silva Melo, 2016, 55 min, M/6
Com Presença de Sofia Areal e Jorge Silva Melo
5 de Fevereiro de 2017
A ÁFRICA DE JOSÉ DE GUIMARÃES de Jorge Silva Melo, 2012, 60 MIN, M/6
5 de Março de 2017
JOAQUIM BRAVO. ÉVORA, 1935, ETC ETC FELICIDADES de Jorge Silva Melo, 2000, 60 min, M/6
2 de Abril de 2017
ANTÓNIO SENA. A mão esquiva de Jorge Silva Melo, 2009, 55 min, M/6
7 de Maio de 2017
ÂNGELO DE SOUSA. Tudo o que sou capaz de Jorge Silva Melo, 2010, 60 min, M/6
13 de Junho de 2017 | Vieira da Silva em Festa | tema: Lisboa Capital Ibérico Americana
FERNANDO LEMOS | um filme que anda a ser feito
Com Presença de Jorge Silva Melo
2 de Julho de 2017
ANA VIEIRA. E o Que Não é Visto de Jorge Silva Melo, 2011, 60 min, M/6
3 de Setembro de 2017
BARTOLOMEU CID DOS SANTOS. Por terras devastadas de Jorge Silva Melo, 2009, 60 min, M/6
1 de Outubro de 2017
ÁLVARO LAPA. A literatura de Jorge Silva Melo, 2007, 100 min, M/6
5 de Novembro de 2017
NIKIAS SKAPINAKIS. O teatro dos outros de Jorge Silva Melo, 2007, 60 min, M/6
NIKIAS SKAPINAKIS (continuando) de Jorge Silva Melo, 2012, 23 min, M/6
Com Presença de Nikias Skapinakis e Jorge Silva Melo
3 de Dezembro de 2017
A GRAVURA: Esta mútua aprendizagem de Jorge Silva Melo, 2008, 80 min, M/6
7 de Janeiro de 2018
Ante-Estreia
FERNANDO LEMOS: AI DE NÓS SE NÃO NOS ENCONTRÁSSEMOS (título provisório)
de Jorge Silva Melo, 2017
Com Presença de Jorge Silva Melo