ACAMARRADOS de Enda Walsh
Tradução Joana Frazão Com Carla Galvão e António Simão Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Direcção de Produção António Simão Assistência Pedro Carraca
Estreia no Centro Cultural Malaposta a 27 de Março de 2008
No Convento das Mónicas nos dias 24, 25, 26 de Abril e de 14 a 25 de Maio de 2008
No Teatro Municipal de Almada a partir de 7 de Janeiro a 1 de Fevereiro de 2009
No TECA a 4, 5 e 6 de Maio de 2012
No Teatro da Politécnica de 23 de Maio a 9 de Junho de 2012
Escola Secundária Sebastião da Gama, 28 de Agosto de 2012
Um pai e uma filha presos a uma cama suja. Cada um deles conta compulsivamente a sua história: o pai fala da ascensão e queda no Empório de Mobília Robinson, a filha de um dia de passeio na praia, das histórias que a mãe lhe lia – do que quer que seja, desde que encha o silêncio. Até que as histórias se cruzam, neste momento e nesta cama, onde é tudo frenético, cruel e feio, mas onde talvez seja finalmente possível uma verdadeira conversa entre os dois, e talvez consigam então parar e dormir.
PAI Estás a fazer com que eu me vá embora!
FILHA Não!
PAI Posso ir. (Está a sangrar da boca.)
FILHA Não vás!
PAI O que interessa é que era capaz! O que interessa é que era capaz de ir! O que interessa é o que interessa… (Ligeira pausa.) Estou a sangrar!
FILHA O quê?
PAI (destroçado) Estou vivo. (Pausa.) Ainda estou vivo. Foda-se.
FILHA (para si própria, maravilhada) Estou viva!