ALBERTO SEIXAS SANTOS

Alberto Seixas Santos

Estudou História e Filosofia na Universidade Clássica de Lisboa. A partir de 1958 começa a desenvolver actividade como crítico de cinema em diversas publicações. Como outros cineastas da sua geração, frequentou nos anos 60 cursos de cinema em instituições doutros países, nomeadamente da França (Institut d’Hautes Études Cinématographiques) e na Inglaterra (London School of Film Technique). Os seus primeiros filmes são documentários e datam ambos de 1968: A Arte e o Ofício de Ourives e Indústria Cervejeira em Portugal.

Dois anos depois é co-fundador do Centro Português de Cinema, cooperativa criada por cineastas associados ao chamado “cinema novo”.

Em 1972 começa a rodar a sua primeira longa-metragem, Brandos Costumes. O argumento, co-escrito pelo realizador e pelos escritores Luiza Neto Jorge e Nuno Júdice, traça um paralelismo entre o quotidiano duma família da média burguesia e o trajecto do regime emanado do golpe militar de 28 de Maio de 1926. Embora o filme (que, pelo seu conteúdo, não poderia ser exibido antes da abolição da censura), só ficasse concluído em 1975, há nele aspectos gravados antes algo premonitórios, nomeadamente a referência a um golpe militar (de esquerda) no final.

Ainda em 1975 foi um dos co-realizadores do projecto As Armas e o Povo, sobre a primeira semana de revolução, de 25 de Abril a 1 de Maio de 1974. Prossegue numa linha política, realizando no Verão de 1976 o filme colectivo A Lei da Terra, sobre o processo de reforma agrária então em curso. É um dos fundadores da cooperativa Grupo Zero. Gestos e Fragmentos (1982) é um exercício sobre a relação entre os militares e o Poder vista por um capitão de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho, por um filósofo e ensaísta, Eduardo Lourenço, e por um jornalista americano, Robert Kramer. Entretanto, ocupa durante algum tempo o cargo de director de programas da Rádio Televisão Portuguesa e começa a exercer funções docentes na Escola Superior de Cinema.

Nos anos 90 entra muito mais claramente no campo da ficção com Paraíso Perdido (1992) e Mal (1999), valorizando a psicologia das personagens e confirmando rigor a nível técnico.

Nos Artistas Unidos:
2003 –
O CARACAL, de Judith Herzberg, encenação de Alberto Seixas Santos (Teatro Taborda)
2005TÃO SÓ O FIM DO MUNDO de Jean-Luc Lagarce, encenação de Alberto Seixas Santos (Teatro Taborda).