Nasceu em Évora no ano de 1939 e faleceu em Fevereiro de 2006. Poeta e artista plástico foi um auto-didacta. Cedo conheceu a pintura modernista. Através de Charrua, que lhe deu explicações quando ainda frequentava o Liceu. O Desenho era o seu ponto fraco e talvez por isso não tenha dado continuidade às artes plásticas na sua formação. Em 1956, Vive em Lisboa, onde se matricula na Faculdade de Direito. Em 1960 a 1962 frequenta o curso de filosofia na Faculdade de Letras, concluindo no Porto em 1975. De formação então filosófica os seus contactos com as novas correntes artísticas foram pontuando o seu desenvolvimento pessoal. Em 1957 conheceu o Expressionismo Abstracto, numa exposição a que assistiu, Missão Arte, de visita a Évora. Exposição que tinha Theo Appleby como artista convidado. Em 1961, na sua primeira viagem ao Estrangeiro, a Paris, frequentou círculos próximos ao Grupo Surrealista. Tendo contacto, nesta capital, com a recente e emergente arte norte-americana, Pop Arte. Em 1962 começa a pintar por “anti-invocação”, queria fazer qualquer coisa, qualquer coisa fácil e de que gostasse. A sua amizade, iniciada nesse mesmo ano, com António Areal, foi determinante no seu percurso artístico, tanto a nível ideológico como formal. Percurso ligado ao conceito da Nova Figuração. Foi Areal que lhe revelou Motherwell, artista por quem Álvaro passaria a nutrir uma admiração constante. A sua primeira exposição individual realizou-se no ano de 1964. Dando inicio a uma das carreiras mais intrigantes do panorama da arte contemporânea Portuguesa. Uma carreira dominada pela introspecção e construção de conhecimento, criando a sua obra “um território onde se cruzam diferentes domínios de criação – o filosófico, o literário, o politico”. (Citação retirada de Cordeiros Galeria – www.cordeirosgaleria.com/artistas.html).
Exposições Individuais (selecção)
1964 – Lisboa, Galeria 111.
– Lisboa, Galeria Divulgação.
1965 – Lisboa, Galeria Divulgação.
1969 – Lisboa, Galeria Buchholz.
1970 – Lisboa, Galeria Buchholz.
1971 – Lisboa, Galeria Buchholz, Escuro como a cova onde o meu amigo se não move [exposição-instalação].
1972 – Lisboa, Galeria Buchholz, As Profecias de Abdul Varetti – cortinas em ferro e outros objectos, espólio de um escritor falhado.
1973 – Lisboa, Galeria Quadrante, Modelos Narrativos/Exposição de Abdul Varetti e Álvaro Lapa.
– Porto, Cooperativa Árvore, Modelos Narrativos/Exposição de Abdul Varetti e Álvaro Lapa.
1974 – Porto, Galeria Espaço, O réseau teórico e o castelo de Bragança.
1975 – Lisboa, Galeria Buchholz, Os criminosos e as suas propriedades – exposição de literatura.
1976 – Lisboa, Galeria Quadrante, Pintura/Desenho: 75-76.
1977 – Porto, Galeria Módulo.
– Coimbra, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Escrita (73-76).
1978 – Porto, Museu Nacional Soares dos Reis/Centro de Arte Contemporânea, Exposição Retrospectiva.
1980 – Lisboa, Arta.
– Coimbra, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Conversa.
1981 – Porto, Galeria Roma e Paiva, Monumentos/Documentos.
1982 – Lisboa, Galeria Quadrum.
– Lisboa, Galeria Diferença.
– Setúbal, Casa de Bocage, Desenho.
– Porto, Galeria Roma e Paiva, Desenho (1981/82).
1985 – Lisboa, Galeria EMI/Valentim Carvalho.
1987 – Lisboa, Galeria EMI/Valentim Carvalho, Campéstico: Paisagens e Interiores.
1989 – Lisboa, Fundação Caloust Gulbenkian, Trabalhos sobre Papel.
– Lisboa, Galeria Valentim de Carvalho, Que horas são Que horas.
1991 – Santo Tirso, Galerias A5.
1993 – Braga, Casa Museu Nogueira da Silva, Mesa de Jardim.
– Lisboa, SNBA, Quixote na Bastilha.
1994 – Porto, Fundação Serralves, Retrospectiva.
– Lisboa, Centro de Arte Moderna (CAM), Retrospectiva.
2003 – Torres Novas, Galeria Neupergama.
2006 – Porto, Galeria Fernando Santos, Álvaro Lapa – reunião.
– Lisboa, Museu da Cidade, Obras com palavras com hífen e paisagísticas.
2007 – Torres Novas, Galeria Neupergama, Álvaro Lapa com Álvaro Lapa.
Exposições Colectivas (selecção)
1964 – Lisboa, SNBA, Salão do Claro-Escuro.
1965 – Funchal, I Salão de Arte Moderna.
1966 – Funchal, II Salão de Arte Moderna.
1968 – Lisboa, Galeria Buchholz, Novas Iconologias.
– Lisboa, Galeria Quadrante, Últimas Revelações da Arte Portuguesa.
– Coimbra, Exposição da Queima das Fitas.
– Lisboa, Salão Nacional da Arte, SNI.
1969 – Lisboa, SNBA, Salão do Banco Português do Atlântico.
1970 – Lagos, I Salão de Arte de Lagos.
1972 – Lisboa, SNBA, Exposição A.I.C.A.
1973 – Lisboa, SNBA, Esposição A.I.C.A.
– Lisboa, SNBA, Abstração e Nova Figuração.
– Porto, Cooperativa Árvore.
– Barcelona, Salamanca e Lisboa, Pintura Portuguesa de Hoje.
1975 – Lisboa, SNBA, Figuração Hoje?
– Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga, Bosch: artistas contemporâneos e as tentações de Santo Antão.
– Porto, Sede do Partido Comunista Português.
– Lisboa, SNBA, Colagem-Montagem.
1976 – Porto, Museu Nacional de Soares dos Reis, Exposição de Inauguração do Centro de Arte Contemporânea.
– Roma, Paris, Rio de Janeiro e Lund, Arte Portuguesa.
– Lisboa, SNBA, Salão de Abril.
1977 – Lisboa, Galeria Nacional de Arte Moderna, Alternativa Zero.
– Lisboa, SNBA e Porto, Museu Nacional de Soares dos Reis, O erotismo na arte moderna portuguesa.
1978 – Porto, Galeria do Jornal de Notícias, Artistas Actuais do Porto nas colecções do Museu Nacional de Soares dos Reis.
1979 – Lisboa, Lisbon International Show, LIS/79.
– Cagnes Sur Mer, Haut-de-Cagnes, 11º Festival International de la Peinture Château-Muséé.
1981 – Lisboa, Fundação Caloust Gulbenkian, Antevisão do Centro de Arte Moderna.
– Lisboa, Lisbon International Show, LIS/81.
1982 – Bona, Kultuurforum, Aspectos do Desenho Contemporâneo em Portugal.
– Lagos, Salão de Arte Moderna.
1983 – Lisboa, SNBA, A História Trágico-Marítima e Perspectivas Actuais.
1984 – Porto, Cooperativa Árvore, Os Novos Primitivos.
– Lisboa, Faculdade de Letras, Atitudes Litorais.
– Campo Maior, EIAM784, I Exposição Ibérica de Arte Moderna.
– Lisboa, Galeria Almada Negreiros, Ministério da Cultura, Homengem dos Artistas Portugueses a Almada Negreiros.
1985 – Lisboa, Galeria EMI/Valentim de Carvalho, Signos.
– Porto, Museu Nacional de Soares dos Reis, Os Portugueses no Mundo.
1986 – Coruña, Madrid, Canárias e Lisboa, Litoral.
– Bruxelas, Centre Albert Borschette, Le XXéme au Portugal.
– Pontevedra, 7ª Bienal Internacional de Arte.
– Lisboa, SNBA, Salão A.I.C.A. / Philae.
– Lisboa, Fundação Caloust Gulbenkian, 3ª Exposição de Artes Plásticas.
– Southampton, John Hansard Gallery, The University, Nove/Nine Portuguese Painters.
1987 – Madrid, Museo Español de Arte Contemporáneo, Arte Contemporáneo Portugués.
– Macau, Exposição de Arte Contemporânea Portuguesa.
– Lisboa, CAM – Centro de Arte Moderna da Fundação Caloust Gulbenkian, 10 amad(e)ores.
– Porto, Casa de Serralves, Exposição de Arte Moderna.
– São Paulo, Rio de Janeiro e Filadélfia, 70-80, Arte Portuguesa.
1988 – Madeira, Centro de Arte de São João, Década de 70.
– Toulon, Museé de Toulon, Lisbonne ajourd’hui.
– Covilhã e Funchal, Pintura Portuguesa 1988.
1989 – Lisboa, Bicentenário do Ministério das Finanças.
– Madrid, Centro Cultural Conde Duque, Portugal Hoy.
– Londres, Art London 1989.
– Barcelona, Fundación Miró, 1ª Trienal de Dibuix Joan Miró.
– Brasil, XX Bienal Internacional de São Paulo.
– Lisboa, Ministério das Finanças, Exposição de Pintura e Escultura do Património da Caixa Geral de Depósitos.
1990 – Madrid, Recinto Ferial, ARCO’90.
1991 – Lisboa, SNBA, Colectiva para o Parlamento Europeu.
– Bélgica, Museu de Ghent, Europália, Tríptico.
1992 – Alemanha, Osnabrück, Arte Portuguesa 1992.
– Porto, Fundação de Serralves, Há um minuto no Mundo que passa.
– Lisboa, CAM – Centro de Arte Moderna da Fundação Caloust Gulbenkian, Artistas Portugueses na Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
1993 – España, Santiago de Compostela, Auditório da Galicia, Vanguarda e Modernidade do Século XX Português.
– Japão, Fundação Akemi, Orientações.
– Évora, Museu de Évora, Obras da Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
– Lisboa, Culturgest, Arte Moderna em Portugal.
1994 – Porto, Fundação de Serralves.
– España, Santiago de Compostela, Auditório da Galicia, Um Museu Português.
– Lisboa, Centro Cultural de Belém, O Rosto da Máscara.
2008 – Porto, Galeria de Arte Cor Espontânea, Dimensões da Cor.
– Porto, Galeria de Arte Cor Espontânea, Sem Título.
– Valência, Fiart – Feira de Arte Contemporânea de Valência.
– Rio de Janeiro, Caixa Cultural do Rio de Janeiro, Linha do Horizonte.
– Lisboa, Museu das Comunicações, Caligrafias – Uma Realidade Inquietante.
Obras Públicas
2003 – Metropolitano de Lisboa, Estação de Metro de Odivelas.
Textos/Publicações:
Lapa, Álvaro; «Kafka e a Saudade da Terra Prometida», in Quadrante. Assoc. de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa. 1958, nº1, pp. 29.
Lapa, Álvaro; «Artistas por eles próprios. Álvaro Lapa – A Degradação do Silêncio», in A Capital. 1971.
Lapa, Álvaro; «um pato?», in Catálogo da Exposição Individual de Joaquim Bravo. Ed. Galeria Quadrante; Lisboa, 1972.
Lapa, Álvaro; in Catálogo da Exposição Individual de Maria José Aguiar. Ed. Galeria Espaço; Porto, 1974.
Lapa, Álvaro; Raso como o Chão. Ed. Estampa; Lisboa, 1977.
Lapa, Álvaro; «Últimas Palavras», in Catálogo da Exposição Álvaro Lapa. Galeria Módulo. Fev.-Mar. de 1977.
Lapa, Álvaro; Porque Morreu Eanes. Ed. Estampa; Lisboa, 1978.
Lapa, Álvaro; Barulheira. Ed. & Etc.; Lisboa, 1982.
Lapa, Álvaro; Balança. Ed. & Etc.; Lisboa, 1985.
Lapa, Álvaro; «De um livro que há no Museu Tradéro…», in Álvaro Lapa, Retrospectiva, pp.19. Fundação Serralves, 1994.
Lapa, Álvaro; Sequências Narrativas Completas. Ed. Assírio & Alvim. Lisboa, 1994.
Lapa, Álvaro; Álvaro Lapa: reunião. Ed. Galeria Fernando Santos. Lisboa, 2005.
Colecções (selecção)
CAM – Centro de Arte Moderna da Fundação Caloust Gulbenkian.
Museu Colecção Berardo – Colecção de Arte Moderna e Contemporânea.
Fundação Carmona e Costa.
MNAC – Museu do Chiado.
Fundação Serralves, Museu de Arte Contemporânea.
MEIAC – Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (Badajoz).
MUSART – Museu Nacional de Arte de Moçambique.
Colecção Fundação Ilídio Pinho – Arte Contemporânea Portuguesa.
Colecções Privadas.
Prémios
1968 – 2º Prémio da Exposição da Queima das Fitas, Coimbra.
1970 – 3º Prémio do I Salão de Arte de Lagos, Lagos.
1982 – 3º Prémio do Salão de Arte Moderna, Lagos.
1987 – 2º Prémio na Exposição de Arte Moderna/Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Prémio ex-aequo [com Eduardo Batarda], Casa de Serralves, Porto.
– Prémio Artes Plásticas da Secção Portuguesa da A.I.C.A.
2004 – Grande Prémio EDP.
Bibliografia
Areal, A.; Álvaro Lapa. Ed. Galeria Buchholz. Lisboa, 1969.
Caldas, Manuel Castro (co-autor); Álvaro Lapa: obras em papel. CAMJAP, Lisboa, 1989.
Gonçalves, R; «Notas Brutas para um Caso Delicado», in Álvaro Lapa, Retrospectiva. Fundação Serralves 1994.
Rodrigues, A.; Álvaro Lapa, Pintura e Literatura. Tese de Doutoramento, Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto, 2004.
Rodrigues, A.; Álvaro Lapa, Voz das Pedras. Ed. Assírio & Alvim. Lisboa, 2007.
Sousa, Anabela; Soares, António Martins; Pinharanda, João; Álvaro Lapa – Grande Prémio EDP 2004. Ed. Fundação EDP e Assírio & Alvim. Lisboa, 2006.
Com os Artistas Unidos
1998 – MIKADO a partir de Álvaro Lapa, um projecto de João Meireles e Joaquim Horta.
2004 – LÂMINA.
2006 – Leitura de BARULHEIRA de Álvaro Lapa (Galeria Fernando Santos).
2007 – AS CONVERSAS DE LEÇA EM CASA DE ÁLVARO LAPA (1998-2006) – filme de Jorge Silva Melo.
Álvaro Lapa morreu em Fevereiro de 2006