BoCA – Biennial of Contemporary Arts

tau tau voncalhau 1

TAU TAU dos Von Calhau! Direcção, concepção plástica e performance Von Calhau! Colaboração Vasco Alves Apoio / residência artística O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo) Co-produção BoCA M12

No Teatro da Politécnica a 17 e 18 de Março de 2017

Guardadores de um arquivo do obscuro, a arte que criam é gerada pelo mistério da evidência. Os Von Calhau! deixam-se levar por uma ligação profunda, por vezes quase primitiva, ao mundo que habitam. Mergulham na caverna de Platão para, por entre a escuridão, com um tempo/ritmo distinto do real, acederem a uma visão única do que os rodeia. A luz que antevêem da caverna, no caso dos Von Calhau!, mais do que a verdade, representa um trazer à superfície da existência algo desconhecido, estranho ou simplesmente obscuro. O modo de operar da dupla passa por esse movimento de deslocação do obscuro, olhar para ele e nele, encontrar uma evidência. E aceitá-la em toda a sua complexidade e mistério. Seja em concertos, performances, exposições, instalações, vídeos ou uma contaminação de todos estes géneros, a sua identidade é serem artistas, criadores, intermediários entre a dimensão do desconhecido e o dar forma e materialização, até quando por via da efemeridade das artes performativas, a algo que BoCA logo 1passa a existir no mundo, mesmo que mantendo uma expressão de enigma. Nesta sua ‘tautaulogia’, na miríade de questões que se desdobram para quem entra na obra como entra num labirinto, uma das interrogações que colocam em “Tau Tau” é: e se a cópia for na verdade o original?
Os Von Calhau! são uma dupla de artistas, fundada em 2006, no Porto. Marta Ângela e João Alves propõem uma abordagem experimental e expansiva à noção de criação artística contemporânea, incluindo no seu corpo de trabalho a música, a performance, o filme, o grafismo e o texto, pondo em causa qualquer noção fechada destes géneros ou jogando com novas combinação destes elementos em cada nova criação.

TOLEDO c Rui Palma 1
Fotografia © Rui Palma

TOLEDO de Tânia Carvalho
No Teatro da Politécnica de 17 de Março a 1 de Abril de 2017

Coreógrafa e bailarina, Tânia Carvalho cria também música e desenhos. Na BoCA, a artista dá a conhecer uma faceta mais desconhecida do seu trabalho: o desenho, catalisador das suas ideias cénicas, a partir das quais todas nascem. “Toledo” é uma exposição de desenhos inéditos, vista como uma extensão do seu trabalho coreográfico pela representação de lugares da imaginação impossíveis de concretizar com bailarinos.
Nas suas peças de dança, assim como nos desenhos desta a exposição, emergem da sua linguagem, monstruosa e onírica, referências ao barroco e ao grotesco. Em “Toledo” as coreografias de corpos que a um primeiro olhar parecem levianas são simultaneamente carnavalescas e macabras, como que retiradas de rituais, de bandas desenhadas ou de livros de terror. Numa amálgama de corpos que caem, puxam, se agarram, se espalmam, riem ou choram, entre o extavagante e o irracional, Tânia Carvalho cria paisagens e figuras abstratas constituídas por corpos individuais. Os desenhos que a artista concebe são uma continuação – ou um primeiro gesto – do questionar a condição humana, a solidão e o seu lugar no mundo.
Fotografia © Rui Palma

MEETING de Anthony Hamilton & Alisdair Macindoe

MEETING de Anthony Hamilton & Alisdair Macindoe Coreografia, direção, performer Antony Hamilton Desenho e construção de instrumentos, compositor, performer Alisdair Macindoe Desenho de luz Bosco Shaw Figurinos Paula Levis Produção Freya Waterson Apoios Australian Council for the Arts, Embaixada da Austrália em Portugal, Artistas Unidos M12

No Teatro da Politécnica 6, 7 e 8 de Abril de 2017

Um recital fascinante composto por corpos e programação electrónica: num círculo constituído por 64 instrumentos robóticos de percussão, os australianos Anthony Hamilton e Alisdair Macindoe executam movimentos sincronizados, simétricos, minimais e coordenados. Combinando o corpo, o espaço e os robôs na criação de uma instalação sonora coreográfica dinâmica, Meeting é um estudo coreográfico reduzido ao essencial, num diálogo entre a coreografia compulsiva de Antony Hamilton com a experiência obsessiva de Alisdair Macindoe na criação de máquinas. Esta experimentação coreográfica, original, imprevisível e ousada, propõe um diálogo mecânico-humano e mágico, com o qual o coreógrafo Anthony Hamilton e o bailarino, compositor e programador Alisdair Macindoe apresentam pela primeira vez em Portugal o seu trabalho.