CRIME E CASTIGO de José Maria Vieira Mendes
Com Américo Silva, Carla Chambel, Heitor Lourenço, Isabel Ribas, Manuel Wiborg e Sylvie Rocha Músicos Fernando Raposo, João San Payo, Orlando Cohen Cenografia Ana Paula Rocha Assistente de cenografia Teresa Almeida Apoio cenográfico Filipa Francisco Figurinos Lucha d´Orey Carpintaria José Manuel Rodrigues Luz Pedro Domingos Operação de luz Luís Duarte Som André Pires Vídeo Pedro Caldas Operação de vídeo João Coelho Direcção técnica José Rui Silva Assistente Ana Pais Direcção de produção Richard Freuiss Secretariado de produção Ana Bustorff Silva e Ivone Costa Fotografia Jorge Gonçalves Design gráfico João Magalhães Penteados Paulo Vieira Um projecto de Manuel Wiborg e José Maria Vieira Mendes a partir de Dostoievski
Uma co-produção Artistas Unidos / APA – Actores Produtores Associados / EBAHL.
Estreia Teatro Taborda, 15 de Setembro de 1999.
Crime e Castigo pretende confundir géneros numa tentativa de actualizar o teatro sem lhe retirar a sua essência. A partir de uma adaptação do romance Crime e Castigo de Dostoievski e de um posterior trabalho de reescrita pensado no jogo entre o monólogo e o diálogo, entre o indivíduo e o grupo, pretende-se um teatro que modernize sem perder o seu estatuto de arte colectiva. Partirá da riqueza e da poesia do texto literário, ao qual fará convergir a linguagem e o sentimento do Rock.
Manuel Wiborg
Com este Crime e Castigo, o campo abre-se: várias personagens, diálogos, perguntas e respostas, discussões e compaixões, narradores e ouvintes, o eu, o tu, o ele e o nós, a energia de movimentos que não são individuais e solitários, mas podem ser aos pares, a três, de uns contra outros. Há em Crime e Castigo vários tipos de discurso: o de Raskolnikov, impetuoso e violento, o de Porfírio Petrovitch, sarcástico e armadilhado, o humilde e ingénuo de Sónia ou o de plena generosidade da irmã de Raskolnikov. As possibilidades fornecidas pela reconstrução possível à volta deste romance são tão grandes que chegam a assustar (e lembro as dificuldades por que passou Albert Camus, embora com objectivos diferentes, para adaptar OS POSSESSOS), mas representam um novo desafio, um segundo passo de aproximação ao teatro.
José Maria Vieira Mendes
Crime e Castigo tem tudo o que é necessário para ser um imenso drama trágico, prometaico, denso e complicado como um folhetim radiofónico, à beira de lágrimas, depois de José Maria Vieira Mendes o ter vertido habilmente em moldes cénicos. Mas Crime e Castigo é, além de tudo mais, a demostração do desmedido talento de Manuel Wiborg, no extenuante papel principal. Mas é importante não esquecer o elenco seguríssimo que o rodeia, um grupo de actores cujos nomes são para aprender de cor.
Manuel João Gomes
Público, Setembro 1999