FACAS NAS GALINHAS de David Harrower

Facas nas Galinhas

FACAS NAS GALINHAS de David Harrower
Com Joana Bárcia, Paulo Claro e Américo Silva Cenografia Rita Lopes Alves e Isabel Nogueira Luz Pedro Domingos Um trabalho de Joana Bárcia, Paulo Claro e Américo Silva com a colaboração de Jorge Silva Melo

Estreia Casa do Povo da Glória do Ribatejo / Salvaterra de Magos , 16 de Dezembro de 2000
Espaço A Capital, 28 de Dezembro de 2001.

O texto está publicado no nº 4 da Artistas Unidos – Revista

facas_galinhas_bFACAS NAS GALINHAS: Tudo se passa no campo escocês, num meio rural onde reinam os usos e costumes de outros tempos. Uma rapariga, um marido duro e rude. Depois, há o moleiro. Um triângulo que se liberta da aldeia. A rapariga não sabe ler nem escrever, mas tenta pôr em palavras o mundo que a rodeia. Harrower anota esse acto, a conquista da linguagem, essa função de expressão do pensamento e da comunicação entre os homens. A verdade é crua: e o adultério e crime serão cometidos, ligados um ao outro. E só a palavra e a escrita terão capacidade de os conhecer e revelar.

“É uma peça sobre a distância entre língua e experiência. Uma mulher descobrindo isto. Uma mulher descobrindo os usos da linguagem.”
David Harrower
ao Expresso

“Eu não uso uma linguagem realista, quero criar uma linguagem mais pura, mais poética, que significa mais do que aquilo que parece. E descobri isso escrevendo esta peça.”
David Harrower
ao Diário de Notícias

É ponto assente nos dias de hoje que as palavras estão esgotadas pelo uso abusivo que delas fazemos diariamente (.) Para lhes devolver a força é preciso voltar a chamar a atenção para o seu poder de evocar realidades e de criar fantasias. E é aqui que David Harrower revela uma mestria inesperada (…) Mais um texto tristemente actual que os Artistas Unidos nos dão o privilégio de ficar a conhecer.
Ana Maria Ribeiro
Correio da Manhã 28/12/2000

Encolhida dentro das roupas rudes de uma mulher do campo, é ela [Joana Bárcia] a grande protagonista dos mais belos momentos de uma peça que aposta na simplicidade e numa inquietante contenção narrativa para enaltecer o poder do silêncio e, através dele, sublimar a dimensão poética da linguagem.
Vanessa Rato
Público 22/12/2000

É uma alegria descobrir um autor que escreve com economia dramática, compreende o poder da linguagem e do silêncio, e que coloca uma mulher no cerne da sua obra.
David Benedict
The Independent

O que torna a peça extraordinária é a força da sua expressão filosófica e a aparente facilidade com que Harrower a integra na acção. O assunto é a linguagem – a maneira como atribuímos nomes às coisas e como esses nomes alteram a nossa percepção das coisas.
Robert Hanks
The Independent

Primitivo, rude nos seus três arquétipos – o Lavrador, o Moleiro, a Rapariga – e com a linguagem como tema sensual, o amor e o erotismo como seu dinamismo sexual.
Simon Reade
Time Out