Grupo de Espectadores d’a Capital

CARTA DE INTENÇÕES

O passado dia 29 de Agosto trouxe um certo prenúncio de hecatombe a um dos espaços de intervenção cultural mais profícuos do país em geral e de Lisboa em particular: A CAPITAL. Isto porque já se torna visível que a situação aflitiva das companhias sediadas naquele espaço está a ser gerada pelo atraso no processo de reestruturação das antigas instalações no Bairro Alto.

Assim sendo, e aproveitando o facto de na conferência de imprensa de 25 de Outubro ter sido aflorada a questão de o público ser também parte interessada no célere restabelecimento de, pelo menos, alguma estabilidade para as companhias no exílio, um grupo de espectadores resolveu reunir-se para tentar encontrar a forma de materializar o apoio à criação do Centro de Artes d’a Capital.

Criou-se, assim, o GRUPO DE ESPECTADORES D’A CAPITAL / TEATRO PAULO CLARO, cujos objectivos, entre outros, se enumeram:

1. Reclamar como também seu o espaço A Capital, assim como a actividade dos Artistas Unidos, A.P.A. (Actores.Produtores.Associados), Re.Al (Resposta Alternativa), Ilusom, Eira, O Meu Joelho, O Circo da Lua, tal como aí se desenvolvia até 29 de Agosto de 2002, exercendo uma vigilância democrática sobre os passos dados pela entidades competentes no sentido da criação do Centro de Artes.

2. Ter uma palavra a dizer sobre as instalações provisórias em que as companhias desenvolverão o seu trabalho durante o período de reabilitação do edifício do Bairro Alto.

3. Discutir o repertório, a programação, os horários e os preços dos bilhetes, em duas reuniões anuais com os grupos d’a Capital.

4. Sugerir acolhimentos, autores e outras actividades no espaço.

5. Assistir a ensaios, a seminários e a espectáculos onde seja possível o útil debate entre actores, autores e público.

O GEC já organizou um ciclo de cinema em volta dos Artistas Unidos, que decorreu na Abril em Maio e na Reitoria da Universidade de Lisboa. Um ciclo “À volta dos Artistas Unidos” integrou ainda a programação de Fevereiro da Cinemateca, sob proposta do GEC.

No dia 28 de Janeiro de 2003, dois elementos do GEC intervieram na Assembleia Municipal de Lisboa, no período antes da ordem do dia, para ter notícias sobre o futuro Centro de Artes d’a Capital.