HOLOCAUSTO de Charles Reznikoff (fragmentos) S.O.S. ciclo organizado pel’Os Possessos Tradução João Pedro Mamede e Francis Seleck Com Alexandra Cabrita, Ana Micael, Daniel António, Hugo Pedro, Inês Francisco Jacob, Jefferson Oliveira, João Barroso, João Pedro Mamede, João Pedro Martins, Jonas Leão, Pedro Pais, Rita Freire e Soraia dos Santos Encenação Francis Seleck Produção Cena Múltipla – Associação Cultural Mundo do Espectáculo Apoio Câmara Municipal de Almada, Artistas Unidos e OS POSSESSOS M16
No Teatro da Politécnica de 31 de Março a 2 de Abril de 2016
Creio que é preciso nomear, nomear e sempre nomear, e nomear de tal forma que nasça o ritmo já que a música faz parte do sentido.
Charles Reznikoff
Para escrever este poema, Charles Reznikoff utiliza os testemunhos recolhidos durante o processo dos criminosos nazis perante o Tribunal Militar de Nuremberga e as gravações do julgamento de Eichmann em Jerusalém. Reznikoff escolhe o essencial dos factos na sua brutalidade, realiza uma montagem, ritma os versos e vai directo ao coração das palavras claras e precisas. Gramática e pontuação. O poeta constrói o recitativo de um real horrível sem estetismo documentário. Nenhuma obscenidade gratuita nem reivindicação espectacular de justiça mas a clara visão do insuportável, da humanidade na sua própria desumanidade. Ver a essência do mal, a raiz, o lugar onde nasce e este lugar está no ser humano.