ANTONIO ONETTI
Entre 11 e 13 de Julho de 2003
Festival de Teatro de Almada
11 e 12 de Julho de2003
Teatro Municipal Maria Matos
LA CALLE DEL INFIERNO pela companhia ¡Valiente Plan!
12 de Julho, Sábado, 15h00
Sala Virgílio Martinho, Teatro Municipal de Almada
Leitura de PURO-SANGUE (tradução de Jaime Rocha), com a presença do autor
Com Pedro Carraca, Vítor Correia, João Meireles, Teresa Sobral, Nuno Melo, António Simão, Miguel Telmo, Vanessa Dinger
12 de Julho, Domingo, 15h00
Sala Virgílio Martinho, Teatro Municipal de Almada
Leitura de MARCADO PELO TIPEX e SANTÍSSIMA APUNHALADA (traduções de Joana Frazão e Clara Riso) seguida de uma conversa com o autor
Com António Simão, Sylvie Rocha, João Meireles, Isabel Muñoz Cardoso, Gustavo Sumpta e Sérgio Gomes
Coincidindo com a vinda a Lisboa do espectáculo LA CALLE DEL INFIERNO de Antonio Onetti pela companhia ¡Valiente Plán!, os Artistas Unidos lançaram uma colecção de textos teatrais com um volume onde se incluem quatro peças deste Autor (A RUA DO INFERNO, MARCADO PELO TIPEX, PURO-SANGUE e SANTÍSSIMA APUNHALADA) em traduções, respectivamente, de António Gonçalves, Joana Frazão, Jaime Rocha e Clara Riso.
Paralelamente ao lançamento, foram realizadas, durante o Festival de Almada, duas sessões de leituras destas peças.
Sobre Antonio Onetti
Quando volto a ler a sua primeira peça, OS PERIGOS DA SELVA, escrita em 1985, verifico que nela já podemos detectar um mundo próprio que não parou de crescer ao longo da sua obra. Os temas que preocupam Onetti e a definição estilística básica já estavam estabelecidos nessa obra. O mundo dos perdedores, a incompreensão da sociedade em relação a quem a ouse desafiar, o gosto pelo tratamento humorístico das experiências mais dolorosas, a utilização das falas marginais, etc., são características comuns à maior parte das suas obras. (…) Onetti encontrou os seus melhores momentos nesse registo muitas vezes desprezado pelos elegantes que repudiam o “sainete” como género barato e que quiseram expulsar dos nossos palcos o “costumbrismo”. O realismo de Onetti não é o realismo ingénuo do sainete tradicional com a sua ternura paternalista. O humor de Onetti não é conciliador, não quer ser complacente, procura a consciencialização. É patente a marca de Brecht.
Fermín Cabal
A sua galeria de personagens, extraídas da observação mais imediata, é composta por malandros, vadios, prostitutas, delinquentes, desempregados ou drogados que vemos em qualquer rua. O que acarreta a procura de uma linguagem popular sem precedentes, a não ser que olhemos para trás, para o folclorismo linguístico dos irmãos Quintero. Humor, irreverência, troça das instituições e íntima compreensão dos seus deserdados caracterizam o teatro de Onetti.
Enrique Centeno, La Escena Española Actual