LILÁS de Jon Fosse
Tradução Pedro Porto Fernandes Dramaturgia Jorge Silva Melo e Miguel Castro Caldas Com António Simão, João Miguel Rodrigues, Paulo Pinto, Pedro Carraca, Sylvie Rocha Direcção Musical Rui Rebelo Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Encenação João Miguel Rodrigues
Uma produção Artistas Unidos/ CCB/ Teatro Viriato/ Teatro Municipal de Faro.
Estreia no Centro Cultural de Belém a 19 de Janeiro de 2007
No Teatro Viriato (Viseu) de 25 a 27 de Janeiro de 2007
No Teatro Municipal de Faro de 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2007
No Centro de Artes de Sines a 30 e 31 de Março
O texto está publicado nos Livrinhos de Teatro nº 19
Na cave húmida de uma velha fábrica, um rapaz mostra a uma rapariga onde a sua banda ensaia. O namorado da rapariga aparece – o baterista – e cresce uma tensão no ar. Com quem é que ela está agora? Depois dela sair, aparece o resto da banda – o vocalista e o baixista – e descobrimos que o rapaz quer deixar a banda, embora tivesse sido o seu entusiasmo inicial a juntá-los.
Esta é uma peça sobre os adolescentes, os seus locais de encontro, os amores desfeitos, as suspeitas, a vontade de partir, de ir embora, de cortar as amarras, a necessidade do grupo, a vontade de ficar, a solidão daqueles que, entre os 14 e os 17 anos, não sabem ainda como viver, presos aos dias que se seguem. A que só a música, ás vezes, parece dar voz.
A adolescência não é um momento de sorrisos e açúcar, o tempo nunca mais passa.
E Jon Fosse trata de igual para igual os seus espectadores, espantados por existirem, por não saberem o que fazer da vida.
Um espectáculo para ser visto por adolescentes, sozinhos, em grupos, com os pais, com os amigos. É da vida deles que aqui se trata, da nossa vida cinzenta.
Que vai ser de nós?
PARA UMA DRAMATURGIA JUVENIL – o 2º projecto – LILÁS de Jon Fosse
Durante três temporadas (2005/6, 2006/7 e 2007/8), dedicam os Artistas Unidos parte da sua actividade ao fomento de uma dramaturgia juvenil.
Começámos, em 2005, com A Fábrica de Nada de Judith Herzberg, uma peça sobre o desemprego, o trabalho, o associativismo, a luta, a esperança. E estivemos em Lisboa, na Culturgest, e em Viseu, Beja, Guimarães, Funchal, Aveiro, Faro, Estarreja.
Trata-se de um programa-piloto com a duração de três temporadas em que se produzirão profissionalmente 3 espectáculos para espectadores juvenis a partir de textos já escritos por autores que já trabalhámos (Judith Herzberg e Jon Fosse) e de uma primeira encomenda a um jovem autor português que acompanhará as produções anteriores (Miguel Castro Caldas).
A este projecto de 3 anos associam-se a Culturgest, a DeVir, o Teatro Municipal de Faro, a Casa das Mudas, o Teatro Viriato e o Centro Cultural de Belém.
Experiências recentes e estimulantes como CONNECTIONS no National Theatre ou PANOS na Culturgest mostram, com clareza, que uma nova dramaturgia é possível para um público pré-adolescente e adolescente. Não se trata apenas de criação de espectáculos para jovens, mas da escrita de peças destinadas a um público juvenil.
Os Artistas Unidos, interessados no desenvolvimento das dramaturgias contemporâneas, não podem ignorar esta tendência tanto mais que têm escrito para projectos destes autores que podemos considerar nossos “cúmplices” como Jon Fosse, Judith Herzberg, David Greig, David Harrower, Finn Junker, Fausto Paravidino, Letizia Russo.
LILÁS de Jon Fosse é o segundo projecto deste ciclo. Não é uma peça para crianças. É uma peça adulta para adolescentes, para ser vista em grupo escolar, grupo de amigos, com a família. É uma peça grave e que os adolescentes conhecem – não se trata de fugirmos pela fantasia, aqui o mundo da adolescência é tratado olhos nos olhos, de igual para igual.
(*)Tradução realizada com o apoio de Norsk Dramatikeres Forbund e no âmbito do ATELIER EUROPÉEN DE LA TRADUCTION/SCÈNE NATIONAL D’ORLÉANS com o apoio da UNIÃO EUROPEIA Comissão de Educação e Cultura – programa Cultura 2000.