LONGE de Rui Guilherme Lopes
Com Joana Bárcia, João Saboga, Joaquim Horta, Jorge Cruz, Paulo Claro, Pedro Carraca e Vítor Correia Cenografia Ana Mane e Carlos Reis Luz Pedro Domingos Música Ricardo Freitas Vídeo Rui Guilherme Lopes Cartaz Miguel Rocha Encenação Pedro Carraca com a colaboração de Paula Bárcia
Uma produção depois da uma… teatro? / Artistas Unidos
Estreia Espaço A Capital/ Teatro Paulo Claro , 21 de Março 2001
“fomos abastecidos e seguimos o são miguel o anoitecer está tranquilo, baixámos as luzes do comboio e vêem-se bem as estrelas
…
fossem os navios silenciosos
…
atraímos os submarinos, juntam-se primeiro à nossa volta, esperam uns pelos outros formam matilhas a espumar da proa”
Rui Guilherme Lopes, Longe
LONGE: A 14 de Outubro de 1918, quase no fim da primeira guerra mundial, o caça-minas “Augusto Castilho” foi afundado por um submarino alemão ao largo dos Açores. 12 marinheiros foram deixados a bordo de um bote danificado, praticamente sem mantimentos ou instrumentos de navegação, tendo aportado na ilha de S. Miguel, depois de cinco dias no mar alto. LONGE trata destes cinco dias: uma situação limite colhida da história, os processos e estratégias do indivíduo face ao medo e à ameaça da morte. E da forma como a memória dos acontecimentos se cristaliza e refaz.
depois da uma – teatro? é um colectivo que desde 1998 apresentou os espectáculos: Equimoses – Nódoas na cidade de Rui Guilherme Lopes e Pedro Carraca, Acquotidiano – Os dias da água e Homem mau de Rui Guilherme Lopes e ainda uma leitura de …e depois silêncio, de Rui Guilherme Lopes.
Um aquário de silêncios e de palavras por dizer esquecidas entre destroços no fundo do mar. Longe avança com um alterar desse esquecimento, com um retraçar do quadro de memórias
Ana T. Ferreira
Vida.pt, 30/03/2001