O BATERISTA de Arne Sierens

O Baterista

O BATERISTA de Arne Sierens
Tradução Rita Paulos da Silva e Sarah Verschueren Com Isabel Muñoz Cardoso e Vítor Correia Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves, Isabel Nogueira e José Manuel Reis Luz Pedro Domingos Bateria Nuno Pessoa Um trabalho de Isabel Muñoz Cardoso, Vítor Correia com a colaboração de Jorge Silva Melo e Pedro Marques

Estreia Espaço A Capital/Teatro Paulo Claro, 13 de Setembro de 2001

O texto está publicado no volume O MEU BLACKIE E OUTRAS PEÇAS de  Arne Sierens (Ed. Campo das Letras)

Paula faz arranjos de flores secas para se sustentar a si e ao seu filho adolescente. Raimundo aparece em sua casa respondendo a um anúncio a pedir um professor de bateria para o filho. Gradualmente, através de bocados de conversas, revela-se nostalgicamente uma vida anterior mais livre e desprendida. E esboça-se uma cidade.

Esta é a segunda peça que Arne Sierens escreve para a companhia De Blauwe Maandag, pouco antes de iniciar uma série de três colaborações com o coreógrafo Alain Platel. Foi encenada, em 1994, em Gent, por Johann Dehollander, com quem Sierens trabalhou em OS IRMÃOS GEBOERS, MENINA TÂNIA ou MOUCHETTE e voltou a ser feita, numa versão revista, em 1999, em Antuérpia com encenação de Koen De Sutter. Foi traduzida para inglês, francês, italiano e alemão.

“Raimundo não está à procura de uma mulher em particular mas de mulher. Paula não está à procura de um homem em particular mas de um sonho de completude” Arne Sierens

“Em O BATERISTA explora-se a maneira como o passado se perpetua no presente. As duas personagens voltam a experimentar e a transformar o seu passado no presente, sem o conseguirem agarrar. (…) [Outras] personagens, ausentes, pairam como sombras sobre as histórias de Paola e Raimundo, que no palco representam mais que si próprios: há qualquer coisa que os excede e que eles apenas podem evocar na linguagem. E o tempo transcendente ganha forma, não apenas na linguagem, mas também no ritmo, nos tempos e nos sons cheios da bateria. Tal como em muitos rituais do teatro oriental o som das vozes e dos instrumentos indica o passar do tempo. Não é por acaso que o ponto de partida para esta peça foi O BATER DAS ONDAS DE HORIKAWA de Chikamatzu Monzaemon (1653-1724), um escritor de teatro japonês que Sierens admira.”
in Arne Sierens: Kritisch Theater Lexicon, Vlaams Theater Instituut, 2001

“Uma sobriedade e intensidade notáveis”
João Carneiro, Expresso 20 de Outubro de 2002

” aqui se revela a escrita maior, porque exacta e cirúgrica de Arne Sierens”
Mónica Guerreiro, Blitz, 18 de Setembro de 2002