O SENHOR ARMAND DITO GARRINCHA de Serge Valetti
Tradução de Angela Leite Lopes, versão de Olinda Gil
Por Dinarte Branco
Direcção de Pedro Carraca
Uma produção Ensaio/Artistas Unidos/Culturporto
Esta é a história do senhor Armand, membro do Júnior Olímpico de Marselha, que, para não afrontar Garrincha, e sob pretexto de não querer arriscar a carreira do campeão, convence os promotores do desafio, a anular o jogo.
Não se lembram do Garrincha? A estrela do Botafogo. O índio de Pau Grande? O terror de todos os guarda-redes? O maior avançado de centro de sempre? Um dia o actor Eric Elmosnino descobriu um artigo sobre Garrincha. Um parágrafo suscitou o seu interesse: mencionava-se aí uma camioneta na qual Garrincha tentou que um seu amigo o levasse ainda uma vez para jogar à bola, agora que estava moribundo. Jogar à bola uma vez só. Dar uns pontapés nessa bola que toda a vida lhe acompanhara a trajectória trágica. Roído pelo álcool, o cigarro e os acidentes da vida, Garrincha morreria daí a poucas horas. Eric Elmosino leu este artigo e sonhou. Falou ao seu amigo Patrick Pineau sobre a hipótese de fazerem um espectáculo. Pediram a Serge Valletti que escrevesse um monólogo. E esta é uma peça sobre o tempo, esse vândalo, que destrói as almas e quebra as pernas dos artistas abençoados pelos Deuses. E aqui começa a história do senhor Armand. Um Francês. Também jogou futebol. Chamavam-lhe “Garrincha “. Fala, conta, sonha.