O SERVIÇO (The Dumb Waiter) de Harold Pinter
Tradução Pedro Marques e João Saboga Com João Saboga e Vítor Correia Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves, Isabel Nogueira, José Manuel Reis Luz Pedro Domingos Um trabalho de João Saboga e Vítor Correia com a colaboração de Jorge Silva Melo e Pedro Marques
Estreia Festival de Portalegre, 24 de Outubro de 2001
Espaço A Capital/ Teatro Paulo Claro, 29 de Novembro de 2001
O texto está publicado no volume TEATRO I de Harold Pinter (Ed. Relógio d´Água)
THE DUMB WAITER é uma peça em um acto que Pinter escreveu em 1957. Duas personagens (Ben e Gus) que, num quarto, conversam: porque ainda é cedo. No passado houve outros serviços a fazer, outros quartos, outras esperas. Enquanto a tensão aumenta (assim como as situações cómicas e as possibilidades de violência), o ascensor da parede do fundo começa a funcionar. Este, o “dumb-waiter” do título original, traz as ordens enigmáticas de um andar superior da casa que, como de costume em Pinter, nunca se sabe de que tamanho é nem quem a habita.
A incapacidade – de Ben e Gus – para compreender o trabalho da organização a que pertencem, a frustração e a irritação encontram expressão na linguagem, carregada de dificuldades de interpretação. Eles são constantemente enredados em nós linguísticos que são incapazes de desatar. (.) O Serviço pode ser, finalmente, sobre a relação entre dois seres humanos, à semelhança de Godot. Há sempre um desejo de morte no fundo destas tensões insolúveis.
Martin Esslin, Pinter the Playwright
Acho que aquilo de que está a falar começou em O Serviço, que do meu ponto de vista é uma obra relativamente simples. A violência é mesmo só uma expressão da questão do domínio e da subserviência. Não chamaria a isto violência mas mais uma batalha por posições, é uma coisa muito vulgar, de todos os dias.
Harold Pinter a Lawrence M. Bensky
“Parece absurdo? Não é. Em nenhum momento sentimos que aquilo não faça sentido: o que se sente, se se sente alguma coisa, é uma tremenda curiosidade de se saber mais.”
José Couto Nogueira, O Independente, 28 de Dezembro de 2001
“O espectáculo segue com grande fidelidade e rigor o texto de Pinter, conseguindo recriar através de um discurso verbal e físico extremamente económico e eficaz o peso da peça, sem descurar a elegância que todos os textos de Pinter também têm.”
João Carneiro, Expresso, 5 de Janeiro de 2002