SE O MUNDO NÃO FOSSE ASSIM de José Maria Vieira Mendes sobre motivos de Damon Runyon
Com Américo Silva, Miguel Borges e Vítor Correia Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Um trabalho de Miguel Borges e Américo Silva
Uma produção Tá Safo/Artistas Unidos.
Estreia Teatro Taborda, 9 de Setembro de 2004
O Texto está publicado nos LIVRINHOS DE TEATRO, Volume 6 dos Artistas Unidos.
Um dia Sua Majestade a Rainha, corista, assim chamada por só se deixar acompanhar por tipos ricos, é empurrada escadas abaixo ficando com as pernas paralisadas. E há um tipo, Little Pinks, empregado de mesa e grande admirador da Rainha, que passa a tomar conta dela. No inverno, em Nova Iorque, no final de 1932, estão os dois na miséria. Ela trata-o mal por ele não ter tusto e exige uma viagem até Miami onde o tempo é mais quente e há homens ricos para casar. Little Pinks satisfaz o capricho, empurrando a cadeira de rodas de Nova Iorque até Miami. 1300 milhas.
A mesma viagem que Rusty, Johnny Brannigan e Jackie O’Heart, irão fazer, mas de comboio, depois de contratados por um traficante de cerveja para eliminar a concorrência de outro traficante de cerveja.
Cinco personagens em Miami, representadas por três actores. Com o humor que acompanha os contos de Damon Runyon, seguimos peripécias de gente que se vai safando, gente do submundo dos tempos da “lei seca”, que vive de acordo com uma moral um pouco retorcida, mas humana, até acabarmos, um ano depois, na mesma Nova Iorque em que a história começou.
Damon Runyon nasceu em 1884 no estado de Kansas. Começou a escrever para os jornais locais desde bem cedo e aos 14 anos alistou-se como voluntário na guerra hispano-americana e serviu nas Filipinas. Regressou no ano de 1900 e trabalhou para numerosos jornais em diversas cidades até se instalar como jornalista desportivo no New York American em 1911. Foi correspondente de guerra durante a Primeira Guerra para os jornais do magnata Hearst, para quem continuou a trabalhar como colunista após a guerra. As histórias de Runyon evocam toda a população heterogénea da Broadway – gangsters, contrabandistas, coristas, boxeurs – empregando uma linguagem muito particular, mistura de preciosismo e calão. Muitas das suas histórias foram adaptadas para o cinema e teatro, destacando-se o grande sucesso nos palcos do musical Guys and Dolls, filmado depois por Mankiewicz.