Seminário SEM DEUS NEM CHEFE 1

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O AMANTE DE NINGUÉM (a partir de Dostoievski), um projecto de Manuel Wiborg, Bruno Bravo, Sylvie Rocha e Canal Caveira;
DOIS HOMENS (a partir de Kafka), um projecto de Luís Gaspar e José Maria Vieira Mendes;
BURACO NEGRO E CÂNCER de Gerardjan Rijnders, um projecto de Isabel Muñoz Cardoso e Luís Esparteiro;
PESCADOR À LINHA de Jaime Salazar Sampaio, um projecto de António Simão, Joana Seixas e Pedro Assis;
MIKADO a partir de Álvaro Lapa, um projecto de João Meireles e Joaquim Horta. Com Manuel Wiborg, Bruno Bravo, Sylvie Rocha, Luís Gaspar, Isabel Muñoz Cardoso, Luís Esparteiro, António Simão, Joana Seixas, Pedro Assis, Joaquim Horta.
Apoio cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Fotografia Jorge Gonçalves Escritores Jaime Salazar Sampaio e José Maria Vieira Mendes Músicos Canal Caveira (Stéphane Alberto, Luís Manso e Sérgio Lemos) Cartaz Rui Serra
Grafismo Ana Brito Assessora de imprensa Ivone Costa Secretariado de produção Ana Bustorff Silva Directora de produção Isabel Bragança Gil Director técnico José Rui Silva
Assistentes Luís Pais, José Nuno Silva, Bruno Campos, Ulisses Cena Directores de Projecto Manuel Wiborg, Luís Gaspar, Isabel Muñoz Cardoso, António Simão, João Meireles Direcção do Projecto Jorge Silva Melo
Uma co-produção dos Artistas Unidos com a Câmara Municipal do Seixal.
Estreia Antiga Fábrica Mundet do Seixal a 3 de Outubro de 1998.

Dois dias inteiros, das 16 à meia-noite. Um sábado e um domingo. Cinco espectáculos diferentes em diferentes lugares da antiga fábrica Mundet. Quem os criou, da escolha do texto à escolha do local, foram os actores. Durante três meses (Julho, Agosto, Setembro) cinco grupos diferentes de actores escolheram texto e maneira de o montar, modo de produção e sala de ensaio, horário de apresentação e modos de financiamento.

Porque os actores não são apenas intérpretes, caras de um catálogo à mercê dos encenadores. Ao acreditarmos que são artistas, exigimos dos actores uma responsabilidade cívica. Os actores são pessoas que têm coisas para dizer às outras pessoas que, por acaso e vontade nesse dia, forem espectadores. Os actores são pessoas que treinam a produção dos espectáculos, que escolhem os textos que desejam fazer, que escolhem. Sem ninguém a dizer-lhes o caminho do bem. Na escuridão da sua liberdade.

Aquilo que me entusiasmou foi a capacidade de discussão, análise e entre-ajuda que os grupos de trabalho conseguiram manter nesses meses de criação. As discussões económicas, estéticas, organizacionais foram vivas, honestas, criativas. Já o mesmo não voltaria a acontecer com as reposições ou reformulações desses mesmos espectáculos em Lisboa. Cada qual foi montado “normalmente” e o alheamento de alguns dos intervenientes em relação aos outros foi este ano evidente. A atmosfera de Seminário dissolveu-se perante a dura mão de ferro da apresentação pública do espectáculo acabado.
Jorge Silva Melo
Setembro de 1999

sem deus nem chefe 1

Durante os meses de Julho a Outurbro de 1998, os Artistas Unidos, em colaboração com a Câmara Municipal do Seixal realizaram um seminário de produção a que chamaram SEM DEUS NEM CHEFE 1. Nos dias 3 e 4 de Outubro, foram apresentados no espaço da antiga Fábrica Mundet no Seixal os espectáculos produzidos durante este seminário, a saber DOIS HOMENS, O AMANTE DE NINGUÉM, O PESCADOR À LINHA, BURACO NEGRO E CÂNCER e MIKADO.

um projecto sem patrões

1.Dois dias inteiros, das 16 à meia-noite. Um sábado e um domingo. Cinco espectáculos diferentes em diferentes lugares da antiga fábrica Mundet. Quem os criou, da escolha do texto à escolha do local, foram os actores. Durante três meses (Julho, Agosto, Setembro) cinco grupos diferentes de actores escolheram texto e maneira de o montar, modo de produção e sala de ensaio, horário de apresentação e modos de financiamento. Porque os actores não são apenas intérpretes, caras de um catálogo à mercê dos encenadores. Ao acreditarmos que são artistas, exigimos dos actores uma responsabilidade cívica. Os actores são pessoas que têm coisas para dizer às outras pessoas que, por acaso e vontade nesse dia, forem espectadores. Os actores são pessoas que treinam a produção dos espectáculos, que escolhem os textos que desejam fazer, que escolhem. Sem ninguém a dizer-lhes o caminho do bem. Na escuridão da sua liberdade. A partir de cinco propostas de actores que têm vindo a colaborar nos Artistas Unidos (e que aceitaram a responsabilidade de trabalhar sem patrão), estes dois dias são os dias da apresentação de uma primeira versão de cinco espectáculos – de pequeno formato – cujo desenvolvimento, produção e circulação será por todos nós, outra vez, objecto de discussão e análise. Estes dois dias são dias livres de exercício de liberdade. Sem deus nem chefe.
2 No espantoso local da antiga fábrica de cortiças Mundet no Seixal (em boa hora comprada e assim salva pela Câmara Municipal do Seixal), nessas ruínas de uma civilização recente e já morta, os actores vão dar corpo e voz a Dostoievsky, Kafka, Rijnders, Salazar Sampaio e Álvaro Lapa. Directamente, sem intermediários. Com poucos meios técnicos. Com poucos meios humanos. Com o desejo de directamente se confrontarem com a palavra e o espaço.
SEM DEUS NEM CHEFE 1 é o projecto principal de ARTISTAS UNIDOS em 1998 e prolongar-se-á até Março 99. Do resultado destes meses a tactear projectos, ARTISTAS UNIDOS fará um balanço – para que a experiência possa ser recomeçada no segundo semestre de 1999.

SEM DEUS NEM CHEFE 1 é um projecto de António Simão, Bruno Bravo, Bruno Campos, Canal Caveira, Helena Bragança Gil, Isabel Muñoz Cardoso, Joana Seixas, João Meireles, Joaquim Horta, Jorge Silva Melo, José Maria Vieira Mendes, José Nuno Silva, José Rui Silva, Luís Esparteiro, Luís Gaspar, Luís Pais, Mafalda Lopes Alves, Manuel Wiborg, Pedro Assis, Pedro Domingos, Rita Lopes Alves, Sylvie Rocha, Ulisses Sena.