SIM SOFIA AREAL

SIM SOFIA AREAL

PINTURA E DESENHO
(2000-2011)

De Sofia Areal Comissário Emília Ferreira Desenho de espaço José Manuel Reis Uma Produção Artistas Unidos / CML

Na Cordoaria Nacional (Torreão Nascente) de 28 de Abril a 10 de Junho

Sofia Areal expõe desde 1990 – e é agora altura de olharmos para a pintura e o desenho que tem desenvolvido na última década. Os Artistas Unidos, com quem Sofia Areal têm mantido diversas colaborações, organizam com a Câmara Municipal de Lisboa, uma exposição retrospectiva que terá lugar na Cordoaria Nacional (Torreão Nascente) com inauguração a 28 de Abril.
“E não se pense que a Sofia raspa o desejo, endireita o retrato, se põe esticadinha na bicha da razão. A sua vibrante inteligência desdenha o acabado e simultaneamente persiste, cimenta a estrutura mas deixa o acidente cantar a melodia, deixa a manchinha que inesperada caiu, o borrão bem-vindo, não alinda nem resgata. Aceita, sente e, fremente, escava. Age e reage, contrapondo inteligência e sensibilidade, mão e construção, limita o campo e insiste, desabrigada, desamparada e firme nas suas apostas. É uma arqueologia sobre si mesma e tudo renasce, é Páscoa.
Chama-se a isso a plenitude? Ou a musculação da vida?”
Jorge Silva Melo

Na obra de Sofia Areal, a definição dos universos plásticos opera-se sobretudo por via do suporte, não estabelecendo rupturas no domínio técnico, para além da exclusão do óleo nos trabalhos sobre papel. Desse modo, acrílicos, lápis-de-cor ou de cera, tinta-da-china, aguarela, grafite ou colagem são meios comuns, portadores da comunicação entre as linguagens mais praticadas pela autora. Em ambas as expressões é patente o equilíbrio compositivo criado numa intencionada e conseguida harmonia de cheios e vazios, opacidades e transparências, entrelaçamento e interpenetração de formas. Os lugares plásticos assim criados – servidos por uma paleta forte, de cores francas, dominada por negros, brancos, vermelhos e amarelos, que não escusam os contrastes abertos com os azuis, nem rejeitam a sua multiplicação nas cores secundárias – são espaços que denotam a luta dessa escrita do mundo, incessantemente refeita.
Emília Ferreira