A CHEGADA DE AGAMEMNON na ORESTEIA de Ésquilo
Ensaio aberto dirigido por Jorge Silva Melo
A partir da tradução de Manuel Silva Pulquério (edições 70)
Com Américo Silva (Agamémnon), Teresa Sobral (Clitmenestra), Isabel Muñoz Cardoso (Cassandra), João Meireles, José Neves, António Simão, João Miguel Rodrigues, Pedro Lamas e Luís Filipe Costa
No TNDM II a 23 de Fevereiro de 2010
Representada em 458 a.C., a ORESTEIA, única trilogia que chegou até nós completa, composta por AGAMÉMNON, COÉFORAS e EUMÉNIDES, constitui um momento privilegiado da reflexão sobre o trágico. Em AGAMÉMNON, depois de dez anos ausente na guerra de Tróia, o supremo comandante do exército grego, o rei Agamémnon, regressa vitorioso a Argos. Clitemnestra, sua mulher, e Egisto, que prepararam para ele uma morte cruel, aguardam-no à sua chegada. É assim vingado, entre outros antigos crimes, o sacrifício de Ifigénia, filha de Agamémnon e de Clitemnestra, que o rei sacrificou para que se desencadeassem os ventos favoráveis que permitissem a partida da armada grega para Tróia. Em COÉFORAS, é Orestes que, sob a protecção de Apolo, vinga a morte de seu pai, Agamémnon, matando Clitemnestra e o seu amante Egisto. O matricídio, porém, faz desencadear a fúria das Erínias, primitivas deusas zeladoras do direito de sangue, que castigam aqueles que derramam sangue do mesmo sangue. A última peça da trilogia, EUMÉNIDES mostra-nos Orestes a ser perseguido pelas Erínias, primeiro em Delfos, onde Apolo o acolheu, depois em Atenas onde Atena institui um tribunal para julgar tão complexo caso. O voto da deusa acaba por absolver Orestes, mas a sua absolvição não pode erguer-se sobre o desprezo e a destruição do antigo direito de sangue. As arcaicas Erínias transformam-se em Euménides, as Benevolentes, deusas protectoras da cidade. Jorge Silva Melo refaz o ensaio aberto que criou na Fundação Gulbenkian em 2003.