TENNESSEE WILLIAMS (1911-1983)

Thomas Lanier Williams nasceu em Columbus, no estado do Mississippi. Começou a escrever quando a família se mudou para St. Louis no Missouri e ele descobriu que a vida era uma infelicidade. A sua juventude foi passada a estudar em três universidades diferentes, incluindo uma passagem pela empresa de sapatos do pai, até se mudar para Nova Orleães. No Inverno de 1944-45, Jardim Zoológico de Vidro, obtêm sucesso triunfal em Chicago. Quando a produção chegou a Nova Iorque, a revelação estava assegurada. Nesse ano, Jardim Zoológico de Vidro venceu o Prémio da Crítica em Nova Iorque. Elia Kazan (que dirigiu muitos dos sucessos de Williams e para quem este escreveu o argumento de Baby Doll) disse: “Tudo o que está nas suas peças está na sua vida, e tudo o que está na sua vida está nas suas peças”. O enorme sucesso na sua peça seguinte, Um Eléctrico Chamado Desejo, em 1947, confirmou a sua reputação de grande dramaturgo. Embora largamente enaltecido e crescentemente rico, ele permanecia inseguro e inquieto com medo de não voltar a ter o mesmo êxito. A estreia desta peça marca o início da sua longa relação com Elia Kazan, que dirigiu triunfalmente o espectáculo, com Marlon Brando e Jessica Tandy. Em 1949, em Londres, Laurence Olivier será o encenador da primeira produção inglesa. O filme, que Kazan dirigiu, iria juntar os dois actores principais das duas produções, Vivien Leigh e Brando. Entre 1948 e 1959, sete das suas peças foram produzidas na Broadway: Verão e Fumo (1948), A Rosa Tatuada (1951), Camino Real (1953), Gata em Telhado de Zinco Quente (1955), O Homem da Pele de Serpente (1957), Garden District (1958), e Doce Pássaro da Juventude (1959). Em 1959, venceu dois Pulitzer, três Prémios da Crítica de Nova Iorque, três Prémios Donaldson e um Tony. O seu trabalho atingiu fama mundial no princípio dos anos 50 quando se realizaram filmes de Jardim Zoológico de Vidro e Um Eléctrico Chamado Desejo. Mais tarde, outras peças foram adaptadas ao cinema: Gata em Telhado de Zinco Quente, A Rosa Tatuada, O Homem da Pele de Serpente, A Noite da Iguana, Bruscamente no Verão Passado, Doce Pássaro da Juventude, Fumo de Verão, O Comboio da Madrugada, tendo sido realizadas por realizadores de maior prestígio como Kazan, Quintero, Mankiewicz, Richard Brooks, Joseph Losey, Alan Pakula, Paul Newman, Peter Glenville, John Huston. Os anos 60 e 70 trouxeram-lhe caos na sua vida pessoal e fracassos sucessivos no teatro. Embora tenha continuado a escrever todos os dias, a qualidade do seu trabalho sofreu com o consumo crescente de álcool e drogas. Consumido pela depressão depois da morte do seu companheiro Merlo, e a entrar e sair de instituições sob a supervisão da mãe e do irmão Dakin, Williams entrou numa curva descendente. Kingdom of Earth (1967), Tóquio Bar (1969), Small Craft Warnings (1973), Peça Para Duas Personagens (também chamada Out Cry, 1973), The Red Devil Battery Sign (1976), Vieux Carrè (1978), Clothes for a Summer Hotel (1980) foram fracassos de bilheteira e as críticas negativas da imprensa foram destruindo o seu ânimo. A última peça, A House Not Meant to Stand foi produzida em Chicago, em 1982 e, apesar das críticas positivas, fez apenas uma curtíssima carreira. Tanto os críticos como o público podem ter não conseguido perceber o novo estilo de escrita teatral que Williams que desenvolveu nos anos 60 e recusaram-se a aceitar um trabalho diferente do dramaturgo. Williams disse, “Tenho trabalhado loucamente desde 1969 para fazer um regresso artístico… só a morte me pode aliviar”.