TRAIÇÕES (Betrayal) de Harold Pinter
Tradução Berta Correia Ribeiro Com Gracinda Nave, Marco Delgado, Rogério Samora e Pedro Marques ou Vítor Correia Cenografia e figurinos de Rita Lopes Alves , Rosa Gonçalves e José Manuel Reis Luz Pedro Domingos Som André Pires Encenação Solveig Nordlund
Uma produção Solveig Nordlund/Artistas Unidos/ Centro Cultural de Belém
Estreia Centro Cultural de Belém, 12 de Julho de 2001
O texto está publicado no volume TEATRO II de Harold Pinter (Ed. Relógio d’ Água).
BETRAYAL streou no National Theatre de Londres no dia 15 de Novembro de 1978, com o seguinte elenco: Emma – Penelope Wilton; Jerry – Michael Gambon; Robert – Daniel Massey. Encenação de Peter Hall. Cenário de John Bury. Em Portugal estreou em 1979 com tradução de Berta Correia Ribeiro e Mário Jacques e encenação de João Vieira, com Lia Gama, Mário Jacques e Filipe Ferrer.
Quando Robert se casou com Emma, em 1962, o padrinho foi o seu maior amigo, Jerry. Mas uma ligação começará entre Jerry e Emma. O tratamento que Harold Pinter dá a esta banal história de adultério no meio literário e elegante é surpreendente: a história é contada para trás. As nove cenas do texto começam quando finalmente o casamento de Emma e Robert se desfaz, em 1977 e cena a cena recuamos até 1968, quando a relação terá começado. Estamos na preocupação maior deste teatro de Pinter: a memória.Aquilo que o interessa é a maneira como a passagem do tempo muda a nossa percepção de como se passaram as coisas e do que nós fomos – de quem nós fomos.
O que é que eu posso dizer sobre TRAIÇÕES? Eu fiz isso.
Harold Pinter
Há um assunto subtil e brilhante que atravessa o que poderia parecer um convencional triângulo sentimental. Pinter oferece-nos uma estrutura sinfónica de variações sobre o tema da traição que acaba por ser uma meditação sobre o inextricável novelo de mentiras que são as relações sociais dos membros daquele segmento da sociedade, a elite a que ele, Pinter, e os espectadores, pertencem.
Martin Esslin
Quando realizei o filme (com Jeremy Irons, Ben Kingsley e Patricia Hodge), eu estava sempre a tomar partido por uma personagem diferente. As vezes pensava em como Emma era fantástica ao conseguir relacionar-se com os dois homens. As vezes pensava:” como é que ela ousa?. Ia mudando. Porque a peça vai mudando. É um texto sobre a insegurança masculina perante esse enigma, esse enigma talvez destruidor chamado mulher.
David Jones