UM GRITO PARADO NO AR de Gianfrancesco Guarnieri Com Inês Mourão, Isabel Craveiro, João Castro Gomes, Nuno Carvalho, Margarida Sousa e Pedro Lamas Adaptação e direção Musical Luís Figueiredo Banda Sonora Rui Capitão Vídeo Alexandre Mestre Entrevistas Alexandre Mestre, Cláudia Pato e Rui Capitão Grafismo Sofia Frazão Fotografia Carlos Gomes Cenografia e Figurinos O Teatrão Luz Jonathan de Azevedo Direção de Produção Cátia Oliveira Produção Executiva Inês Mourão, Margarida Sousa, Nuno Carvalho Direção Técnica João Castro Gomes Equipa Técnica Alexandre Mestre, Jonathan Azevedo e Rui Capitão Direção Antonio Mercado Produção O TEATRÃO 2012
No Teatro da Politécnica de 28 de Fevereiro a 2 de Março de 2013
EUZÉBIO …o electricista está querendo desmanchar a caixa de luz.
FERNANDO Desmanchar por que?
EUZÉBIO Disse que o senhor não pagou…
Gianfrancesco Guarnieri, Um Grito Parado no Ar
Seis actores, três homens e três mulheres, ensaiam uma peça que nunca chegamos a conhecer. Não é o teatro feito, mas o teatro por fazer e ao se fazer que contemplamos. As pressões de fora interrompem o ensaio a todo o momento: são credores que retiram aos poucos, como numa peça do absurdo, os próprios elementos sobre os quais deveria erguer-se a representação. À medida que o palco se esvazia cresce a determinação do elenco em levar o espectáculo a cabo, contra ventos e marés. Um dos mais inovadores autores brasileiros, o autor do celebradíssmo Gimba e de Eles Não Usam Black-Tie.
Esta é a peça mais alegre de Guarnieri: uma celebração do mistério do teatro, com as suas mazelas e a sua grandeza, a sua desordem e o seu fascínio. Com a força vital de um grito paralisado em pleno voo.
Décio Almeida Prado