JORGE SILVA MELO

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JORGE SILVA MELO é natural de Lisboa e passou a infância e o início da adolescência em Angola, onde os seus pais estavam radicados. Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, a partir de 1969, a London Film School. Antes de partir para Inglaterra foi um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras. Mais tarde fundou com Luís Miguel Cintra o Teatro da Cornucópia (1973), onde permaneceu até 1979. Como bolseiro da Gulbenkian estagiou em Berlim com Peter Stein na Schaubühne e em Milão com Giorgio Strehler no Piccolo di Milano. Trabalhou em França como actor com encenadores como Jean Jourdheuil e Jean François Peyret. Como realizador de cinema, integrou a cooperativa Grupo Zero (1975-79) e realizou mais de uma dúzia de filmes, entre eles o mítico «António, Um Rapaz de Lisboa» (2000). Como actor de cinema trabalhou com Manoel de Oliveira, Paulo Rocha, João César Monteiro, Alberto Seixas Santos, Joaquim Pinto, Manuel Mozos e outros. Da sua filmografia constam filmes sobre diversos artistas plásticos: António Palolo, Nikias Skapinakis, Álvaro Lapa, Sofia Areal, Joaquim Bravo, Ângelo de Sousa e Fernando Lemos. Em 1995, fundou a produtora Artistas Unidos onde dirigiu e produziu quase três centenas de espectáculos, organizou exposições e editou a colecção Livrinhos de Teatro e a revista Artistas Unidos, promoveu conversas e seminários com autores e alunos. Traduziu Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller, Harold Pinter e Max Frisch, entre outros. Deixa-nos três livros excepcionais: «Deixar a Vida» (2002), «O Século Passado» (2007) e «A Mesa Está Posta» (2019). Transformou o teatro português com António, Um Rapaz de Lisboa (1995), O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, Prometeu – Rascunhos (1997), ou Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, Eu Não Quero Viver (baseado em Kleist, 1999) que escreveu e dirigiu. Encenou grandes autores do século XX, como Luigi Pirandello, Bertold Brecht, Heiner Müller, Arthur Miller, Tennessee Williams e autores contemporâneos, apresentados em Portugal pela sua mão, como Enda Walsh, Jon Fosse, Dimítris Dimitriádis, Juan Mayorga, Davide Carnevali, Claudio Tolcachir, Antonio Tarantino, Spiro Scimone, entre tantos outros. Assina mais de uma dezena de peças originais. Trabalhou com centenas de actores, artistas e pensadores portugueses, deixou a sua marca em toda a comunidade artística e teatral portuguesa que ajudou a construir. Morreu a 14 de Março de 2022.

Como Autor de Teatro:
1992 – Le Château dês Carpathes (baseado em Júlio Verne) de Philippe Hersant (Libreto)
1993 – Seis Rapazes Três Raparigas
1995 – António, Um Rapaz de Lisboa
1997 – O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, Prometeu – Rascunhos
1999 – Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, Eu Não Quero Viver (baseado em Kleist)
2000 – Não Sei (em colaboração com Miguel Borges)
2001 – O Navio dos Negros
2007 – A Fala Da Criada Dos Noailles Que No Fim De Contas Vamos Descobrir Chamar-Se Também Séverine Numa Noite Do Inverno De 1975, Em Hyères
2011 – Da República e das Gentes (com Manuel Gusmão)
2013 – Sala Vip
2018 – O Grande Dia da Batalha

Prosa:
2002 – Deixar a Vida
2007 – Século Passado
2019 – A Mesa Está Posta

Longas-metragens:

1979 – E Não Se Pode Exterminá-Lo?Cenas de Karl Valentin 1, 2, 3: Valentin Nas Lojas | Valentin Canta | Valentin Na Orquestra (de Solveig Nordlund e Jorge Silva Melo, 100 min | M/12)
1979 – E Não Se Pode Exterminá-Lo? – Cenas de Karl Valentin 4, 5: Valentin No Trabalho | Valentin Faz Balanço (56 min | M/12)
1980 – Passagem Ou A Meio Caminho (85 min | M/12)
1984 – Ninguém Duas Vezes (106 min | M/12)
1988 – AGOSTO (98 min | M/12)
1993 – Coitado do Jorge (101 min | M/12)
2000 – António, Um Rapaz de Lisboa (114 min | M/12)
2017 – Jogadores de Pau Miró (68 min)
2018 – O Tempo de Lluïsa Cunillé (67 min)

Curta-metragem:
2007 – A FELICIDADE (8 min)

Documentários:
1995 – Palolo: Ver O Pensamento A Correr (60 min)
1999 – Joaquim Bravo, Évora, 1935, Etc., Etc., Felicidades (58 min | M/6)
2004 – Conversas com Glicínia Quartin (55 min)
2006 – As conversas de Leça em casa de Álvaro Lapa (1998-2006)
2007 – Nikias Skapinakis: O Teatro Dos Outros (60 min | M/12)
2007 – A Gravura Esta Mútua Aprendizagem (88 min)
2009 – Bartolomeu Cid Dos Santos: Por Terras Devastadas (60 min)
2008 – Álvaro Lapa: A Literatura (101 min | M/12)
2009 – António Sena: A Mão Esquiva (60 min)
2010 – Ângelo De Sousa: Tudo o que sou capaz (60 min)
2011 – Ana Vieira: E o que não é visto (56 min)
2012 – A África de José Guimarães (57 min | M/12)
2016 – Sofia Areal: Um Gabinete Anti-Dor (55 min | M/12)
2016 – Ainda Não Acabámos, Como Se Fosse Uma Carta (78 min | M/12)
2018 – Fernando Lemos – Como, Não é um Retrato? (76 min | M/12)