TERRORISMO dos Irmãos Presniakov

Terrorismo

TERRORISMO dos Irmãos Presniakov
Tradução Nina Guerra e Filipe Guerra Com Paulo Moura Lopes, António Simão, Pedro Carraca, José Airosa, Joana Bárcia, Américo Silva, Isabel Muñoz Cardoso, Teresa Sobral, Carla Galvão, Andreia Bento, Pedro Marques, Nuno Melo, Glicínia Quartin, Cecília Guimarães, António Filipe Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Som Paulo Curado Encenação Jorge Silva Melo assistido por João Meireles e Andreia Bento

Estreia Teatro Taborda, 8 Janeiro 2004

O texto, juntamente com NO PAPEL DA VITÍMA, também dos Presniakov está publicado nos LIVRINHOS DE TEATRO, volume 3 dos Artistas Unidos.

terrorismo_bUm aeroporto fecha ao público por suspeita de um atentado bombista. Foi encontrada uma mala na pista. No parque de estacionamento do aeroporto, três homens: um não tem bagagem. Numa casa uma mulher encontra-se com o seu amante. Num escritório uma mulher enforca-se porque o marido a trai. Num banco de jardim, duas velhotas falam sobre a vida e a morte; um homem passa, a chorar. Num balneário, cinco polícias falam sobre uma explosão. No avião (finalmente) três homens conversam: um deles chora. Uma estrutura complexa que, subterraneamente, acaba por contar uma história; uma peça que desliza entre o terrorismo dos telejornais e o terrorismo dentro das nossas casas; uma comédia amarga e irónica.

HOMEM – Estou com fome e tenho de comer, é fatal; depois da segunda eu, pessoalmente, já não me sinto tão mal porque ao menos vem-me o apetite e isso já dá um sentido qualquer à coisa, isto é, parece que teve algum sentido eu fazê-la… que valeu a pena… quanto mais não fosse para me abrir o apetite – ora, isso é que é preciso salvaguardar, enquanto não desaparece ainda é uma pequena esperança…
MULHER – Que horror!… Quanto mais tempo estou contigo, a ouvir isso tudo, mais gosto do meu marido; não tarda, apaixono-me outra vez por ele…
HOMEM – Estou a salvar o vosso casamento.
MULHER – Desamarra-me.